Reconciliação

Alguém chamou ao nosso mundo de “aldeia global”. Com certeza esatava se referindo aos grandes progressos que se têm conseguido na ciência das comunicações. E esta nossa aldeia global está ficando cada vez menor, porque, através das ligações por satélite, transmitem-se, num instante, informações de todos os cantos desse globo. Só que, infelizmente, grande parte daquilo que vemos na pequena tela apenas serve para realçar, não a solidariedade e a união dos povos, mas sim a sua desunião. Cada dia apresenta-nos cenas constrangedoras de fome, de guerra e do ódio que ainda existe no nosso mundo. O mundo está doente, muito doente. Mas, e graças a Deus por isso, a moeda tem outro lado, mais animador. Como, por exemplo, o acontecimento que passamos agora a relatar:

Os dedos do artista correram pelas teclas. As notas saíram em “parelhas voadoras de harmonias brancas”, como disse um poeta. E a assistência, em número de 1.800, que enchia o teatro, estava como que eletrificada. Não era para menos, porque Vladimir Horowitz dava um concerto em Moscou depois de 60 anos de ausência. Era o dia 20 de abril de 1986, um tempo de tensão internacional. Horowitz, nascido na Rússia, e agora cidadão americano, tinha voltado à sua pátria para dar o concerto. Quando tocou uma peça de Sérgio Rachmaninov, o público que enchia o teatro chorou. E os milhares que viam o concerto por televisão também choraram. “A arte não conhece fronteiras nem barreiras de raça ou religião”, disse, no dia seguinte, o jornal New York Times. E terminou o seu artigo com estas palavras: “A arte pode unir todos os povos do mundo em paz e amizade.”

Caro leitor, é verdade que a arte pode unir os povos. O concerto de Horowitz em Moscou deu-se no tempo quando os americanos tinham bombardeado a Líbia e as relações com os russos estavam tensas. E a música produzida por este gênio do piano aliviou a tensão melhor do que as negociações dos diplomatas.

Há, pelo menos, três atividades humanas capazes de unir os povos. Além da arte, há também a ciência e os esportes. É um fato bem conhecido que os maiores cientistas não são de uma só nacionalidade. E os grandes inventores? Eram russos, americanos, alemães, franceses, suecos, ingleses, portugueses, italianos e outros. O trabalho do cientista transcende fronteiras e as suas descobertas beneficiam toda a raça humana. Assim a ciência serve para unir os povos. E os esportes? A grande prova do poder do esporte para unir os povos são os Jogos Olímpicos, onde, apesar do necessário espírito de competição, veem-se quase todas as nações do mundo unidas no seu amor ao esporte. E a Copa do Mundo, onde os jogadores de muitos países chegam a ser admirados e aplaudidos, através da televisão, pelas audiências internacionais?

Mas, caro amigo, há mais uma força capaz de unir todos os homens, qualquer que seja a sua raça ou filosofia. E não é a religião porque, como a história do mundo mostra muito bem, as religiões separam os homens em vez de os unir. Esta força pode vencer o ódio, o racismo, a guerra e tudo quanto separa os homens. Consegue o que nem as leis e nem os tratados podem conseguir, porque, em vez de impor soluções, opera dentro dos corações, criando uma nova disposição nos homens. Essa quarta força unitiva é o Senhor Jesus Cristo.

Desde o princípio Cristo tem derribado as barreiras entre os homens. Uma das maiores barreiras de todos os tempos foi aquela que existia entre os judeus e os gentios. Na antiga cidade de Jerusalém existia o templo dos judeus, e nesse templo havia duas grandes divisões: a parte reservada para os estrangeiros – os gentios -, e o lugar chamado “Santo dos santos”, onde nenhum gentio podia entrar, sob pena de morte. Mas o apóstolo Paulo, escrevendo aos gentios, na Bíblia, disse: “Vocês, que não são judeus de nascimento, sabem que eram considerados pelos judeus como pagãos… não eram abrangidos pelas promessas… e andavam no mundo sem esperança e sem Deus. Mas, se antes estáveis longe, agora, por meio da morte de Cristo, estão perto d’Ele. Cristo é a nossa paz: de dois povos separados fez um só povo. Com a Sua morte Ele destruiu o muro que os separava e os tornava inimigos um do outro.”

Caro leitor, por natureza estamos longe de Deus, e a barreira que nos separa d’Ele é o nosso pecado. Mas, como diz o apóstolo Paulo nas palavras que há pouco citamos, é a morte de Cristo que nos aproxima de Deus. Você, caro amigo, não deseja voltar para Deus? Pode fazê-lo agora mesmo se confessar a Ele os seus pecados e confiar única e exclusivamente em Jesus como seu Salvador.

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